sexta-feira, 3 de julho de 2009

Garrafas ao mar

Garrafas ao mar

Sitônio Pinto

Nos tempos dos navios de pau e pano (e dos homens de fé e ferro), quando ainda não havia rádio, nem Morse, nem Internet, nem celular, a comunicação de quem se fazia ao mar com sua base em terra era bem mais difícil de que nos dias (e nas noites) de hoje. Veja-se, por exemplo, quando Pedro Álvares Gouveia Cabral “achou” o Brasil: ele despachou um navio para Lisboa a fim de dar a notícia a El Rei, levando a notável Carta de Caminha. Para os sobreviventes de naufrágios, a comunicação era ainda difícil. É clássica a romântica figura da garrafa ao mar, em que o solitário de alguma ilha deserta escreve uma mensagem, bota numa garrafa salvada ao sinistro e deita-lhe ao mar, na esperança que as correntes levem-na às mãos de alguma praia em “terras de Espanha ou areias de Portugal”.
Uma crônica é mais ou menos assim; às vezes chega a destinos. Nesse meu retorno ao colunismo, as mensagens mal-traçadas que rascunho todos os dias têm encontrado albergue e eco nas ripostas de leitores ilustres – como o que lê, agora, esta coluna. Recebi, de volta, garrafas que me chegaram navegantes polos mares da Net, com seu estímulo e esperanças de salvamento.
E assim foi com a mensagem da Bela Marília Gil Messias de Melo (bela duas vezes, porque também é bacharela e, portanto, Bela no jargão jurídico), cronista que está para aparecer; escreveu-me ainda a Bela Cleide Maria Ramalho de Farias, reclamando porque este escriba deixara a crônica, mas congratulando-se pelo meu retorno; deu-me notícias e apoio, também, a Bela Myriam Yasbeck Asfora, professora de Direito Agrário da Universidade Rural de Pernambuco, irmão do inesquecível tribuno; recebi e-mail da médica e escritora Clotilde Santa Cruz Tavares, autora do imperdível blog Umas & Outras. Após quatro anos na Paraíba, Clotilde está voltando para Natal. Quem ou o que terá levado essa bela mulher para a República Comunista do Rio Grande do Norte – a primeira da América e única do Brasil, nos idos de 1935?
A Doutora Maria da Paz Gomes Silvino, psiquiatra e escritora, também deu o ar de sua graça ao carente cronista, com sua sabedoria solidária; outra Doutora que aplaude (e eu esperava isso) a reabertura desta coluna foi a escritora e compositora Maria da Glória Pordeus Gadelha, para mim Glória Pordeus, a parceira de Sivuca e minha confrade no Conselho Estadual de Cultura; a Pós-Doutora Simone Dantas Carneiro Maldonado, escritora e professora na Paraíba, Ceará e Canadá, envia seu apoio tão humano, mesmo por vias eletrônicas;
O intelectual, professor, poliglota e tradutor José Iremar Alves Bronzeado, que me ensinou economia na UFPB, faz vista grossa e aprova o colunista; o Bel Aldo Lopes Diniz, escritor premiado, agora delegaldo civil no Rio Grande do Norte, emala e telefona seu estímulo; o pintor e escritor Raul Córdula Filho, companheiro de geração, manda seu apoio com todas as cores; o poeta e jornalista Antônio Mariano, animador cultural, editor do Correio das Artes, remete sua força em caixa-alta. Até o rabi Gonzaga Rodrigues deu-me o rubi de sua palavra.
Aguardo você, leitor amigo, nesse endereço ao cimo da página. Sua mensagem navegante é indispensável à continuidade dessa crônica nessa ilha Brasílis, à espera de achamentos.